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ITIL v3 – Operação de Serviço – Parte 1

É na “Operação de Serviço” que se coordena e realiza as atividades e processos necessários para fornecer e gerenciar serviços em níveis acordados com o usuário e clientes do negócio.

Irei abordar nesta parte os seguintes Gerenciamentos:

Gerenciamento de Incidentes

Antes de entendermos o que este processo faz, devemos entender o conceito de “incidente”, que é uma interrupção não planejada ou redução na qualidade de um serviço de TI. Vejamos alguns exemplos:

O Gerenciamento de Incidentes tem como objetivo principal restaurar a operação do serviço normal o mais rápido possível e minimizar o impacto causado sobre as operações do negócio, visando sempre uma ótima qualidade de serviço e disponibilidade. Dentro da “Operação de Serviços”, este é um dos processos mais importante.

Este processo vai lidar com todos os incidentes, que podem ser questões, falhas ou consultas dos usuários, que são realizadas através de telefone para a central de serviço, ou pela equipe técnica.

Ao implantar este tipo de gerenciamento, devemos levar em consideração:

  1. Limites de Tempo – Eles precisam ser acordados para todas as fases  do processo, baseados nas metas de tempo de resposta e resolução dentro do ANS (Acordos de Nível de Serviço), e usados como metas nos ANO (Acordos de Nível Operacional) e nos contratos com fornecedores;
  2. Modelos de Incidentes – Determinam os passos para tratar os incidentes;
  3. Incidentes Graves – São aqueles que tem um alto impacto nas áreas de negócio. Procedimentos separados são necessários para tratar incidentes graves, com limites de tempo menores e com alta prioridade.

O Gerenciamento de Incidentes tem relação com:

O Gerente de Incidente tem os seguintes papéis:

Gerenciamento de Evento

A definição de “Evento” é qualquer ocorrência que tem significado para o gerenciamento de uma infraestrutura de TI ou entrega de serviço de TI, e a avaliação de impacto que um desvio pode causar aos serviços. Já um “Alerta”, significa um aviso de que um limite foi alcançado, alguma coisa mudou, ou ocorreu uma falha, sendo estes criados por ferramentas de monitoramento.

Podemos separar os eventos em três tipos:

A Operação de Serviço eficiente depende da situação da infraestrutura e de se detectar qualquer desvio da normalidade ou esperada. É necessário ter bons sistemas de monitoração e controles implantados, que são baseados em dois tipos de ferramentas:

Basicamente o objetivo aqui é detectar os eventos, entendê-los e determinar ações de controle apropriada para cada um deles.

Dentro da infraestrutura de TI vão ocorrer muitos eventos, onde os servidores irão gerar os logs de eventos, os aplicativos geram os eventos, o software antivírus gera eventos, as ferramentas de redes monitoramento de rede podem gerar eventos. Ou seja, podem existir várias fontes de eventos, inclusive eventos fora dos padrões esperados, ou simplesmente os eventos que foram gerados por terem seguido a rota padrão.

Seus objetivos são:

O Ger. de Evento pode ser aplicado a qualquer coisa dentro do Ger. de Serviços que precisem ser controlados e que pode ser automatizado, como: Itens de Configuração (Switch, etc); Condição do ambiente (detector de fumaça); Monitoramento das licenças de softwares; Atividade normal (monitoramento de aplicativo, desempenho do servidor, etc).

Não é necessário ter um Gerente de Evento, pois as atividades são delegadas às áreas de TI como a central de serviços e Ger. de Operações.

Gerenciamento de Problema

O objetivo principal do Gerenciamento de Problema acompanhar todo o ciclo de vida dos problemas identificando as causas principais dos problemas e minimizar ao máximo seus impactos na infraestrutura de TI do negócio, e prevenir que estes mesmos problemas voltem a acontecer novamente.

Vejamos alguns conceitos para entendermos melhor este Gerenciamento:

Temos aqui também um elemento proativo de resolução de problemas. O conceito é identificar e facilitar a remoção de erros antes que eles se manifestem como reclamações ou perguntas de usuários finais. Com isso, o Gerenciamento do Conhecimento tem uma relação estreita com o Ger. de Problema, já que utilizam uma base de dados de erros conhecidos que serão usados por ambos.

Principais diferenças entre o Ger. de Problema e o de Incidente:

Suas atividades consistem em:
  1. Identificação;
  2. Registro;
  3. Classificação;
  4. Priorização;
  5. Investigação e diagnóstico;
  6. Identificação e erros conhecidos;
  7. Resolução de problemas;
  8. Encerramento;
  9. Revisão de problema grave.
Veja abaixo com quais outros Gerenciamentos o de Problema tem relação e como acontece:
  • Ger. de Mudança – o Ger. de Problema levanta Requisição De Mudanças (RDMs) para corrigir erros;
  • Ger. de Configuração – o Sistema de Gerenciamento de Configuração (SGC) é usado para identificar se existe alguma coisa errada em relação aos Itens de Configuração (ICs) usados no serviço;
  • Ger. da Liberação e Implantação – é responsável pelo lançamento de correções de problemas no ambiente de produção;
  • Ger. de Disponibilidade – vai trabalhar em conjunto com o Ger. de Problema de forma proativa para identificar formas de reduzir o downtime;
  • Ger. de Capacidade – alguns problemas vão requerer investigação pelo Ger. de Capacidade, auxiliando em medidas proativas;
  • Ger. da Continuidade do Serviço de TI – se um problema não for resolvido a tempo, pode ser necessário invocar o plano de continuidade;
  • Ger. de Nível de Serviço – O Ger. de Problema contribui para alcançar as metas de qualidade, ajudando a prevenir acidentes e problemas;
  • Ger. Financeiro – O Ger. de Problema fornece informações de custos para resolver e prevenir problemas.
O Gerente de Problema tem as atribuições de o grupo de resoluções de problemas (grupo de suporte técnico ou fornecedores externos) para assegurar que os problemas sejam solucionados dentro das metas do Acordo de Nível de Serviço (ANS), proteger e ter propriedade do BDEC, controlar o registro de todos os erros conhecidos, acompanhar o encerramento formal de todos os registros de problemas e organizar, conduzir, documentar e acompanhar todas as atividades de revisão.

Gerenciamento de Acesso / de Direito / de Perfis

Basicamente sua função é conceder ou negar o acesso de determinados usuários a certos serviços ou grupos de serviços disponíveis. Também tem a função de executar as políticas de segurança estabelecidas no processo de Ger. de Segurança da Informação.

Um “acesso” refere-se ao nível e extensão de funcionalidades de um serviço ou dados que um usuário tem permissão para usar.

Uma “identidade” é a informação que distingue cada usuário dentro da organização, sendo única para cada usuário.

Os “Direitos” ou “Privilégios” são as configurações que o usuário pode acessar um serviço ou grupo de serviços. Serviços que incluem o direito à leitura, escrita, execução e exclusão de dados.

Os “Serviços” ou “Grupo de Serviços” são os serviços disponibilizados a um usuário ou grupo de usuários, sendo convencional criar um perfil-padrão (ou grupo) e associar usuários a este perfil. Ao invés de dar acesso ao usuário para cada serviço, ele é associado a um determinado grupo do qual herda todos os privilégios de acesso.

Os “Serviços de Diretório” é um tipo de ferramenta específica que é usada para gerenciar acessos e direitos. Exemplo: Active Directory (Windows) e OpenLDAP (Linux).

Suas atividades são:

  1. Requisição de acesso ou restrição – este requisição pode ser feita no processo “Cumprimento de Serviço”;
  2. Verificação – verificar cada requisição por um serviço de TI para identificar sua legitimidade de uso;
  3. Fornecimento de direitos – este processo não decide quem ganha acesso a qual serviço, apenas executa a política e as regras definidas na Estratégia de Serviço e no Desenho de Serviço;
  4. Monitoramento do status da identidade – No caso de um funcionário for demitido ou promovido, seu perfil de acesso deve ser alterado de acordo com o fato;
  5. Registro (log) e rastreamento de acesso – este processo não responde às requisições de acesso, mas garante que os direitos foram concedidos de forma correta;
  6. Remoção e restrições de direitos – Assim como é responsável por conceder acesso a um serviço, o Ger. de Acesso é responsável por remover este direito. Ele não toma a decisão, apenas executa.

Neste Gerenciamento, não há necessidade de se ter um Gerente de Acesso, pois normalmente é função do Gerenciamento de Segurança e da Disponibilidade, mas cabe a eles criar as definições das políticas, práticas e procedimentos, e comunicados para outros grupos e indivíduos.

Alguns dos envolvidos nas atividades deste processo são:

Sou bacharel em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (Alagoas), especialista em Gestão Estratégica da Tecnologia da Informação pela Univ. Gama Filho (UGF) e pós-graduando em Gestão da Segurança da Informação pela Univ. do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Certificações que possuo: EC-Council CEH, CompTIA (Security+, CySA+ e Pentest+), EXIN (EHF e ISO 27001), MCSO, MCRM, ITIL v3. Tenho interesse por todas as áreas da informática, mas em especial em Gestão e Governança de TI, Segurança da Informação e Ethical Hacking.

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