Verdades que todo CIO precisa considerar

Para todos CIOs, uma infraestrutura de TI que não apresentasse problemas, erros nas atualizações, não interrompesse serviços nem sofresse ameaças externas seria o ambiente perfeito. Mas a distância entre o sonho e a realidade pode ser muito maior do que eles imaginam.

A Computerworld da Espanha levantou cinco verdades, algumas óbvias e outras surpreendentes que muitos diretores de TI se negam a aceitar.

1- A revolução do iPhone é irreparável
Cada vez mais empresas estão implantando políticas favoráveis ao chamado Bring Your Own Device (BYOD), que permite que os funcionários tragam para o ambiente de trabalho seus próprios dispositivos móveis. Porém, ainda há muitas companhias, cujos departamentos de TI não têm nenhuma estratégia para abraçar esse movimento.

Estudos da IDC e de outras consultorias revelam que 95% dos empregados das empresas estão usando tecnologias (software e hardware) particulares no trabalho, mais do que o dobro do que seus executivos imaginam. Essa tendência se replica para os dispositivos móveis. O uso de smartphones pessoais no ambiente de trabalho vai dobrar até 2014, apontam as pesquisas.

O iPhone e o iPad têm sido os catalisadores dessa mudança tecnológica. A popularidade dos dispositivos da Apple estão impulsionando aconsumerização e as organizações que não se adaptarem rapidamente, podem ter consequências irreparáveis.

Os departamentos de TI devem traçar estratégias para aceitar as tecnologias de consumo. Será impossível barrar consumerização na organização.

2-  Perda de controle do uso da TI na companhia 
A perda de controle da TI pelos CIOs não se limita apenas aos dispositivos de consumo que estão invadindo o local de trabalho. Hoje as empresas estão lançando diversos serviços de TI na nuvem, que oferecem um menor custo de entrada e estão disponíveis com apenas um clique, mesmo de um telefone celular.

Essa facilidade faz com que os serviços de cloud computing possam ser perfeitamente contratados pelas áreas de negócios, sem envolver o CIO no processo. Isso não é ruim nem bom.

“Durante anos, o departamento de TI controlou todos os dispositivos e cada aplicação, diz Jeff Stepp, diretor da consultoria Copperport. Enquanto as unidades de negócio estão ganhando mais experiência, os CIOs adquirem novas habilidades e capacidades de gestão, reduzindo o tempo empregado com problemas operacionais.

Nesse novo cenário, o trabalho dos CIOs e dos administradores de sistemas passa a ser prover soluções que permitam com que os usuários tomem decisões corretas e não comprometam as políticas de segurança nem coerência com os sistemas globais da empresa, afirma Scott Goldman, CEO de TextPower.

Em definitivo, o papel dos CIOs está mudando. Eles deixarão de ser ditadores onipotentes sobre a infraestrutura de TI para se transformarem em coordenadores e integradores de tecnologias, que serão adotadas por cada área de negócio.

3- Obsessão para evitar paradas e indisponibilidade dos serviços
Até os centros de dados mais equipados registram paradas. Você acredita que tem disponibilidade quase 100%? É afortunado se tiver. Mesmo os centros de dados sofisticados ficam inativos, mas o problema é mais preocupante quando eles não contam com site de contingência.

Uma pesquisa global realizada em setembro de 2010 pelo Ponemon Institute, encomendada pela Emerson Network Power, com 450 diretores de data centers revelou que 95% deles sofreram ao menos uma parada em 24 meses. O tempo médio da indisponibilidade foi de 107 minutos. Isso é muito ou pouco? Depende da criticidade de cada negócio.

Em um mundo perfeito, todos os centros de dados são construídos com sistemas altamente redundantes, duas arquiteturas que nunca terão carga máxima acima de 50% em cada lado, diz Peter Panfil, vice-presidente da Liebert AC Power, uma divisão da Emerson Network Power.

Assim, o data center seria capaz de suportar altos picos quando os sistemas críticos estão em operação. A infraestrutura possui ainda sites para recuperação de desastres pronto para assumir a operação em caso de incidente.

Porém, no cenário real, 100% de disponibilidade só é possível se você estiver disposto a pagar por isso. A maioria das empresas não querem arcar com esses custos, diz Panfil. Isso obriga os gestores dos centros de dados a realizar jogo interminável e esperar que as quedas não ocorrem quando os sistemas críticos estão em carga total de processamento.

4- Os sistemas nunca serão 100% confiáveis   
Todos os CIOs exigem que os sistemas de gestão sejam completamente confiáveis e seguros. É um objetivo que fica mais na teoria que na prática. O esforço concentrado na confiabilidade e segurança pode causar danos graves e irreparáveis em outras áreas.

Da mesma forma, o nível de segurança e confiabilidade ideal varia muito dependendo do negócios da companhia, diz Mike Meikle, CEO da consultoria de segurança Hawkthorne Group. Organizações que estão sujeitas a fortes exigências regulatórias, como a saúde ou bancos, aumentaram os mecanismos de proteção, mas provavelmente nunca alcançarão os níveis de segurança absolutos por causa das muitas mudanças nos regulamentos e as diferentes formas que podem ser interpretados.

“A questão não é dizer que uma rede é 100% segura, mas que é totalmente confiável”, afirma Meikle. “Se um vendedor tenta defender o seu produto, ele garante confiabilidade total, mas está mentindo.”

5 – A nuvem não vai resolver tudo
A computação na nuvem está nos planos das empresas. De acordo com previsões do Gartner, mais de 40% dos CIOs acreditam que a maioria de suas operações TI serão processadas por esse modelo até de 2015.

Mas a nuvem não é a salvação que todos os CIOs esperam. A perda deconfiabilidade e segurança dos dados continuará a causar dores de cabeça para os departamentos de TI, com o agravante de que eles terão menos controle sobre o pessoal que gerencia os sistemas de cloud.

A cloud também traz um novo problema: como as organizações vão calcular seus gastos com TI? As áreas de negócio podem contratar seus serviços de nuvem atraídos pelo seu preço sem a supervisão do CIO. Esta prática pode gera risco significativo na gestão dos serviços globais de nuvem globais da companhia.

Fonte: CIO – UOL

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