Introdução a Linguagem SQL: Comandos Básicos e Avançados – Parte 1

O SQL, Structured Query Language, é a linguagem utilizada pelos Banco de Dados Relacionais (BDR) modernos, sendo ela, as vezes, a única forma de você interagir com o BD em si. Todas as telas gráficas e programas que administram os BDs, nada mais é que um tradutor da funcionalidades do SQL. Eles realizam as ações que o usuário realiza na parte gráfica e converte os comandos para o SQL interagir com o BD.

O SQL é similar ao inglês

Neste ponto, você pode estar pensando que você não é um programador e aprender uma linguagem de programação não é uma das suas coisas. Felizmente, o SQL é uma linguagem simples. Tem um número limitado de comandos, que são de leitura fácil e estruturados, quase como o inglês.

Introdução a Banco de Dados

Se você não tem a mínima noção sobre o assunto de Banco de Dados, provavelmente você vai querer ler uma postagem que fiz recentemente dando uma introdução sobre os principais termos utilizados nesta área “Fundamentos da Administração de Dados: Tabelas, Entidades, Relação, Colunas, Atributos, Linhas, Registros, Tuplas, Índices, Chaves e Relacionamentos“.

Caso já tenha conhecimento, pode pular para o próximo tópico da postagem.

Suponha que você tenha um BD simples para manter o inventário que foi projetado para uma loja de conveniência. Uma das tabelas no banco de dados pode conter os preços dos itens em suas prateleiras, indexados por números de referência únicos que identificam cada item. Provavelmente, você teria uma tabela simples com nome de “Preços”. Se você precisa identificar todos os itens que tenham um preço acima de R$ 5,00, você pode recuperar a partir do seu BD esta informação utilizando o SQL fazendo uma consulta.

Realizando CONSULTAS (SELECT)

Antes de irmos direto ao comando, vamos analisar o que queremos fazer com a tabela. Imagine que você quer “selecionar todos os números de série de sua tabela de preços acima de R$ 5,00.” Se formos transformar isto em SQL, será tão simples quanto. Veja o comando:

SELECT NumeroSerie
FROM precos
WHERE Preco > 5;

Muito simples, não? Se você ler o comando, perceberá que é similar ao que queríamos antes.

Perceba que o comando será sempre similar ao nosso exemplo. Vamos a estrutura genérica do comando.

SELECT (atributos da tabela) FROM (nome da tabela) WHERE (condição);

Onde os atributos da tabela podem ser escolhidos de qualquer forma: um único atributo, vários ou todos. Veja os exemplos abaixo e descubra o que eles fazem.

SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios WHERE salario > 1000;
SELECT * FROM jogadores WHERE time = "Flamengo";

Já vimos como selecionar os atributos que queremos, agora vamos dar uma olhada nas condições do WHERE. É nele que “filtramos” os atributos escolhidos. O WHERE é opcional, sendo assim você omití-lo, então você terá todos os registros com os atributos escolhidos. As condições mais comuns são:

  • = (igual)
  • != ou <> (diferente)
  • > (maior que)
  • < (menor que)
  • >= (maior ou igual a)
  • <= (menor ou igual a)
  • LIKE (similar a)
  • BETWEEN (entre X e Y)
  • IN (vários valores dentro da lista)
  • AND (e)
  • OR (ou)
  • XOR (mistura do OR com
  • NOT (negação)
  • IS (valores iguais)

Com exceção dos dois últimos, todos possuem a seguinte sintaxe:

<expressao1> operador <expressao2>

Veja esta tabela para ajudar a entender melhor algumas condições:

<expressao1>   Operador   <expressao2>    Resultado
Verdadeiro AND Falso Falso
Verdadeiro AND Verdadeiro Verdadeiro
Falso AND Verdadeiro Falso
Falso AND Falso Falso
Verdadeiro OR Falso Verdadeiro
Verdadeiro OR Verdadeiro Verdadeiro
Falso OR Verdadeiro Verdadeiro
Falso OR Falso Falso
Verdadeiro XOR Verdadeiro Falso
Verdadeiro XOR Falso Verdadeiro
Falso XOR Verdadeiro Verdadeiro
Falso XOR Falso Falso

Se a qualquer das anteriores condições lhe ante-pusermos o operador NOT o resultado da operação será o contrário ao devolvido sem o operador NOT.

O último operador denominado IS se emprega para comparar duas variáveis de tipo objeto <Objeto1> IS <Objeto2>. Este operador devolve verdadeiro se os dois objetos forem iguais.

Vou utilizar um mesmo exemplo, só variando as condições. Perceba que será fácil entender o que o comando irá retornar na consulta. Veja alguns exemplos de utilização dessas condições:

SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios WHERE nome = "Diego";
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios WHERE salario > 1000;
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios WHERE salario < 7000;
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios WHERE salario >= 1000;
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios WHERE salario <= 5500;
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios WHERE nome LIKE "Di*";
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios WHERE salario BETWEEN 1000 AND 5000;
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios WHERE salario > 1000 AND salario < 5000;
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios WHERE (salario > 1000 AND salario < 5000) OR (nome = "Diego" AND cargo = "Analista de Sistemas");
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios WHERE NOT nome = "Diego";
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios WHERE nome != "Diego";
SELECT nome,cargo,salario,cidade FROM tbl_funcionarios WHERE cidade IN("Maceió", "São Paulo", "Rio de Janeiro")
SELECT Name, Category, InStock, OnOrder FROM Books WHERE Category='Fiction' XOR InStock IS NULL BY Name;

Falta de exemplos não é. 😉

CRIANDO tabelas (CREATE TABLE)

Para trabalharmos com BD, precisamos das tabelas que armazenam os dados. Para isso, precisamos criá-las, seguinte a estrutura abaixo:

CREATE TABLE tabela (
nome_atributo tipo_dado opções,
... ... ...,
nome_atributo tipo_dado opções);

Os atributos das tabelas precisam ser definidos com os seus tipos, seguindo os tipos abaixo:

Tipo de Dados Longitude Descrição
BINARY 1 byte Para consultas sobre tabela anexa de produtos de banco de dados que definem um tipo de dados Binário.
BIT 1 byte Valores Sim/Não ou True/False
BYTE 1 byte Um valor inteiro entre 0 e 255.
COUNTER 4 bytes Um número incrementado automaticamente (de tipo Long)
CURRENCY 8 bytes Um inteiro escalável entre 922.337.203.685.477,5808 e 922.337.203.685.477,5807.
DATETIME 8 bytes Um valor de data ou hora entre os anos 100 e 9999.
SINGLE 4 bytes Um valor em ponto flutuante de precisão simples com uma classificação de – 3.402823*1038 a -1.401298*10-45 para valores negativos, 1.401298*10- 45 a 3.402823*1038 para valores positivos, e 0.
DOUBLE 8 bytes Um valor em ponto flutuante de dupla precisão com uma classificação de – 1.79769313486232*10308 a -4.94065645841247*10-324 para valores negativos, 4.94065645841247*10-324 a 1.79769313486232*10308 para valores positivos, e 0.
SHORT 2 bytes Um inteiro curto entre -32,768 e 32,767.
LONG 4 bytes Um inteiro longo entre -2,147,483,648 e 2,147,483,647.
LONGTEXT 1 byte por caractere De zero a um máximo de 1.2 gigabytes.
LONGBINARY Segundo se necessite De zero 1 gigabyte. Utilizado para objetos OLE.
TEXT 1 byte por caractere De zero a 255 caracteres.

A tabela de sinônimos dos tipos de dados:

Tipo de Dado Sinônimos
BINARY VARBINARY
BIT BOOLEAN
LOGICAL
LOGICAL1
YESNO
BYTE INTEGER1
COUNTER AUTOINCREMENT
CURRENCY MONEY
DATETIME DATE
TIME
TIMESTAMP
SINGLE FLOAT4
IEEESINGLE
REAL
DOUBLE FLOAT
FLOAT8
IEEEDOUBLE
NUMBER
NUMERIC
SHORT INTEGER2
SMALLINT
LONG INT
INTEGER
INTEGER4
LONGBINARY GENERAL
OLEOBJECT
LONGTEXT LONGCHAR
MEMO
NOTE
TEXT ALPHANUMERIC
CHAR – CHARACTER
STRING – VARCHAR
VARIANT (Não Admitido) VALUE

Vejamos alguns exemplos de comandos prontos:

CREATE TABLE tblprofessor(
codprofessor INTEGER CONSTRAINT primarykey PRIMARY KEY,
nome TEXT (50),
endereco TEXT (50)
telefone TEXT (15),
nascimento DATE,
sexo TEXT (1),
ativo BIT,
observacao TEXT (100));

CREATE TABLE Cliente(
Codigo INT NOT NULL AUTO_INCREMENT,
Nome VARCHAR (60) NOT NULL,
Data_Nascimento DATE,
Telefone CHAR (8),
PRIMARY KEY (Codigo));

CREATE TABLE tblNotas(
codaluno INTEGER CONSTRAINT tblalunosFK REFERENCES tblalunos,
Codcurso INTEGER CONSTRAINT tblcursosFK REFERENCES tblcursos,
Nota INTEGER,
Ano TEXT (4),
Bimestre INTEGER);

CREATE TABLE tblalunos(
codaluno INTEGER CONSTRAINT primarykey PRIMARY KEY,
nome TEXT (50),
endereco TEXT (50)
telefone TEXT (15),
nascimento DATE,
nomepai TEXT (50),
nomemae TEXT (50),
periodo TEXT (1),
serie TEXT (10),
numero TEXT (5),
observacao TEXT (100),
sexo TEXT (1),
ativo BIT);

INSERINDO registros (INSERT INTO)

Parar cadastrar os dados em nossas tabelas, utilizamos a estrutura abaixo:

INSERT INTO nome_tabela (
nome_campo1, nome_campo2, ..., nome_campoN)
VALUES (
valor_campo1, valor_campo2, ..., valor_campoN
);

Vejam alguns exemplos:

INSERT INTO Pessoas VALUES (4,'Nilsen', 'Johan', 'Bakken 2', 'Stavanger');
INSERT INTO agenda (nome, numero) VALUES ("John Doe", "555-1234");
INSERT INTO PAÍSES VALUES ('Taiwan', 'TW', 'Ásia');
INSERT INTO DEPARTAMENTOS (NUM_DEP, NOME_DEP, ADMRDEPT) VALUES ('E31', 'ARQUITETURA', 'E01');
INSERT INTO DEPARTAMENTOS (NUM_DEP, NOME_DEP, ADMRDEPT) VALUES ('B11', 'COMPRAS', 'B01'), ('E41', 'ADMINISTRAÇÃO DE BANCO DE DADOS', 'E01');

DELETANDO/EXCLUINDO registros (DELETE)

O comando DELETE é responsável pela exclusão de registros que não queremos mais dentro de nossas tabelas. Segue a estrutura básica:

DELETE FROM nome_tabela
WHERE condição

Lembra que olhamos alguns operadores para ser utilizado junto ao WHERE do SELECT? Ele continua valendo aqui. Veja os exemplos:

DELETE FROM funcionarios WHERE id_funcionario = 86;
DELETE FROM funcionarios WHERE id_funcionario < 100;
DELETE FROM funcionarios WHERE func_nome = "Diego";

ATUALIZANDO os registros (UPDATE)

Quando queremos atualizar/modificar os valores de algum registro na tabela, precisamos dar um UPDATE. O WHERE continua presente! Veja a estrutura básica:

UPDATE tabela SET coluna = valor_novo WHERE condição

Alguns exemplos:

UPDATE funcionarios SET salario = 5000 WHERE id_funcionario = 45;
UPDATE funcionarios SET salario = 7400, nome = "Diego Macêdo" WHERE id_funcionario = 1;
UPDATE funcionarios SET salario = 545 WHERE salario = 510;
UPDATE Persons SET Address='Nissestien 67', City='Sandnes' WHERE LastName='Tjessem' AND FirstName='Jakob';

Dica importante para este comando, é não esquecer do WHERE, ou então ele irá alterar todos os registros da sua tabela. Afinal, você não filtrou em quais registros ele irá afetar, não é verdade?

ORDENANDO os registros de uma CONSULTA (ORDER BY)

Já aprendemos a estrutura do SELECT, então vamos acrescentar algumas funcionalidades a este comando e melhorar ainda mais nossas consultas com o ORDER BY, responsável por ordernar nosso resultado capturado de forma crescente ou decrescente baseado nas colunas que quisermos. O WHERE é opcional. Sintaxe básica é:

SELECT atributos FROM tabela ORDER BY atributo {ASC / DESC};

Os nomes ASC e DESC são opcionais, mas por padrão o ASC é utilizado, pois ele define de forma ascendente (crescente) a lista. O DESC faz o inverso, decrescente.

Veja os exemplos:

SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios ORDER BY nome;
SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios ORDER BY nome ASC;
SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios ORDER BY nome DESC;
SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios ORDER BY nome ASC, salario DESC;
SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios WHERE salario > 5000 ORDER BY cargo ASC, nome ASC;

Agora que já vimos os comandos básicos para o SQL, vamos começar a tornar isto mais avançado interessante. Mas não se preocupe. Se você conseguiu entender bem esta base, com certeza entenderá o restante. Lembrando que estou sempre disposto a ajudar com as dúvidas.

Comandos SQL Avançados

JUNTANDO tabelas (JOIN)

Este comando serve para juntar duas ou mais tabelas, baseadas em uma relação entre algumas colunas das tabelas envolvidas, através da utilização das chaves primárias e estrangeiras.

Para trabalhar com os próximos comandos, irei demonstrar aqui algumas tabelas que irão ser utilizadas para fazer mais sentido aos resultados. Vejamos elas:

TBL_FUNCIONARIO

id_func (PK) nome salario id_depto (FK)
1 Diego 2500 345
2 Maria 5500 456
3 João 4000 567
4 José 8000 123
5 Marcos 4500 567
6 Cristina 1000 (NULL)

TBL_DEPTO

id_depto (PK) nome ramal
123 Diretoria 9999
456 Gerência 8888
345 T.I. 5555
567 Comercial 6666
987 Vendas 1111

Agora vamos continuar os estudos.

Existem diferentes tipos de JOINS, os quais são:

  • JOIN – Retorna os registros das tabelas quando pelo menos um deles se relacionam;
  • LEFT JOIN – Retorna todos os registros da tabela da esquerda, mesmo que não exista combinação com alguma linha da tabela da direita;
  • RIGHT JOIN – O inverso do LEFT JOIN em relação as tabelas;
  • FULL JOIN – Retorna todos os registros, mesmo quando não existe uma relação entre as tabelas;

Vamos estudar cada um deles agora.

INNER JOIN / JOIN

Retorna os registros quando existe pelo menos uma relação entre as tabelas. Se executarmos o comando abaixo:

SELECT f.nome, f.salario, d.nome AS depto
FROM tbl_funcionarios AS f
INNER JOIN tbl_depto AS d
ON f.id_depto = d.id_depto
ORDER BY d.nome ASC, f.nome ASC;

Dica: Quando utilizamos o “AS”, ele definirá um apelido para o atributo ou tabela, o qua facilita o entendimento de onde estamos selecionando os dados. Veja que “f.nome” é o nome da tabela tbl_funcionarios, f.salario é o atributo salário da tbl_funcionarios e o d.nome é o nome do departamento da tbl_depto. Bem útil para facilitar o entendimento.

Teremos a seguinte resposta desta consulta:

nome salario depto
João 4000 Comercial
Marcos 4500 Comercial
José 8000 Diretoria
Maria 5500 Gerência
Diego 2500 T.I.

LEFT JOIN

Retorna todos os registros da tabela da esquerda, mesmo que não exista combinação com alguma linha da tabela da direita. Vejamos um exemplo de comando:

SELECT f.nome, f.salario, d.nome AS depto
FROM tbl_funcionarios AS f
LEFT JOIN tbl_depto AS d
ON f.id_depto = d.id_depto
ORDER BY f.nome ASC;

Teremos como resultado:

nome salario depto
Cristina 1000 (NULL)
Diego 2500 T.I.
João 4000 Comercial
José 8000 Diretoria
Marcos 4500 Comercial
Maria 5500 Gerência

Com esta consulta, pegamos a funcionária Cristina que não pertence a nenhum departamento.

RIGHT JOIN

Retorna todos os registros da tabela da direita, mesmo que não exista combinação com alguma linha da tabela da esquerda. Veja o comando:

SELECT f.nome, f.salario, d.nome AS depto
FROM tbl_funcionarios AS f
RIGHT JOIN tbl_depto AS d ON f.id_depto = d.id_depto
ORDER BY f.nome ASC

Resultado seria este:

nome salario depto
(NULL) (NULL) Vendas
Diego 2500 T.I.
João 4000 Comercial
José 8000 Diretoria
Marcos 4500 Comercial
Maria 5500 Gerência

Perceba que ele capturou o departamento chamado “Vendas”, mas que não tinha nenhum funcionário se relacionando com ele.

UNIÃO de tabelas (UNION/UNION ALL)

O comando de UNION é usado para combinar os resultados de duas ou mais tabelas. Perceba que cada SELECT deve-se ter o mesmo número de colunas de cada tabela, incluindo o mesmo tipo de dados, assim como devem estar na mesma ordem. Veja a sintaxe:

SELECT colunas FROM tabela1
UNION
SELECT colunas FROM tabela2;

Por padrão, o UNION captura apenas valores distintos. Caso queira que ele capture os valores repetidos, deve-se usar o UNION ALL:

SELECT colunas FROM tabela1
UNION ALL
SELECT colunas FROM tabela2;

Vejamos um exemplo:

TBL_EMPREGADOS1

E_ID E_Nome
01 Hansen, Ola
02 Svendson, Tove
03 Svendson, Stephen
04 Pettersen, Kari

TBL_EMPREGADOS2

E_ID E_Nome
01 Turner, Sally
02 Kent, Clark
03 Svendson, Stephen
04 Scott, Stephen

O nosso resultado ao utilizar o UNION simples:

SELECT E_Nome FROM tbl_empregados1
UNION
SELECT E_Nome FROM tbl_empregados2;
E_Nome
Hansen, Ola
Svendson, Tove
Svendson, Stephen
Pettersen, Kari
Turner, Sally
Kent, Clark
Scott, Stephen

Se utilizarmos o UNION ALL, irá aparecer os valores repetidos:

SELECT E_Nome FROM tbl_empregados1
UNION
SELECT E_Nome FROM tbl_empregados2;
E_Name
Hansen, Ola
Svendson, Tove
Svendson, Stephen
Pettersen, Kari
Turner, Sally
Kent, Clark
Svendson, Stephen
Scott, Stephen

Constantes (Constraints)

As constantes são utilizadas para determinar o limite do tipo de dados poderão ser utilizados em uma tabela. Elas podem ser utilizadas quando criamos as tabelas (com o comando CREATE TABLE) ou após criarmos (com o ALTER TABLE).

As constantes são:

  • NOT NULL
  • UNIQUE
  • PRIMARY KEY
  • FOREIGN KEY
  • CHECK
  • DEFAULT

Veremos com mais detalhes abaixo cada uma delas.

NOT NULL

Com esta constante, podemos definir que uma coluna NÃO poderá receber valores nulos, ou seja, ficar sem valor algum preenchido. Caso ele esteja definido, não poderemos inserir um registro sem ter a coluna preenchida com algo ou atualizá-la (UPDATE) sem ter um valor definido. Veja o exemplo de como utilizá-lo na criação de uma tabela:

CREATE TABLE Pessoas
(
id_pessoa int NOT NULL,
sobrenome varchar(255) NOT NULL,
nome varchar(255),
endereco varchar(255),
cidade varchar(255)
);

UNIQUE

Sua função é identificar unicamente cada registro em uma tabela do BD. Esta constante e a PRIMARY KEY são responsáveis pela unicidade dos valores de uma ou mais colunas. Toda PRIMARY KEY automaticamente tem a constante UNIQUE definida por padrão. Perceba que você pode ter várias colunas com a constante UNIQUE definida, mas somente uma PRIMARY KEY por tabela. Veja o exemplo abaixo:

CREATE TABLE Pessoas
(
id_pessoa int NOT NULL,
sobrenome varchar(255) NOT NULL,
nome varchar(255),
endereco varchar(255),
cidade varchar(255)
UNIQUE (id_pessoa)
);

Utilizando após ter a tabela criada, podemos fazer assim:

ALTER TABLE Pessoas
ADD UNIQUE (id_pessoa);

Para remover a constante UNIQUE:

ALTER TABLE Pessoas
DROP INDEX id_pessoa;

PRIMARY KEY (PK)

Já vimos aqui que a chave primaria (Primary Key – PK) é responsável por identificar unicamente cada registro de uma tabela do BD. Toda chave primária deve ter um valor único e não pode conter valores nulos (NULL). Cada tabela deve ter UMA chave primária. Veja o exemplo de como utilizamos na hora de criar uma tabela:

CREATE TABLE Pessoas
(
id_pessoa int NOT NULL,
sobrenome varchar(255) NOT NULL,
nome varchar(255),
endereco varchar(255),
cidade varchar(255)
PRIMARY KEY (id_pessoa)
);

Definindo a chave primária após ter criado a tabela:

ALTER TABLE Pessoas
ADD PRIMARY KEY (id_pessoa);

Removendo a chave primária:

ALTER TABLE Pessoas
DROP PRIMARY KEY;

FOREIGN KEY (FK)

As chaves estrangeiras são responsáveis pelos relacionamentos entre as tabelas. Se você já entendeu os comandos de JOIN visto aqui na postagem lá na parte superior, já viu a FK sendo utilizada. A FK é responsável por fazer uma referência a PK de outra tabela. Caso queira entender um pouco mais sobre relacionamentos em BD. Vejamos o exemplo na hora de criarmos uma tabela:

CREATE TABLE Pessoas
(
id_pessoa int NOT NULL,
sobrenome varchar(255) NOT NULL,
nome varchar(255),
endereco varchar(255),
id_cidade int
PRIMARY KEY (id_pessoa),
FOREIGN KEY (id_cidade) REFERENCES cidades(id_cidade)
);

A FK criada na coluna “id_cidade” faz referência a coluna “id_cidade” da tabela “cidades”.

Para definirmos após a tabela estar criada:

ALTER TABLE Pessoas
ADD FOREIGN KEY (id_cidade)
REFERENCES cidades(id_cidade);

Para removermos esta chave estrangeira:

ALTER TABLE Pessoas
DROP FOREIGN KEY id_cidade;

CHECK

O CHECK é utilizado para limitar a faixa de valores que pode ser colocado em uma coluna. No exemplo abaixo, estamos definindo que os valores para a coluna “id_pessoa” será maior que zero:

CREATE TABLE Pessoas
(
id_pessoa int NOT NULL,
sobrenome varchar(255) NOT NULL,
nome varchar(255),
endereco varchar(255),
id_cidade int
CHECK (id_pessoa>0)
);

Alterando uma tabela já criada e inserindo o CHECK:

ALTER TABLE Pessoas
ADD CONSTRAINT teste
CHECK (id_pessoa>0);

Para removermos esta chave estrangeira:

ALTER TABLE Pessoas
DROP CONSTRAINT teste;

DEFAULT

Utilizado para inserir um valor padrão em uma coluna, caso nenhum outro seja informado na hora do INSERT.

CREATE TABLE Pessoas
(
id_pessoa int NOT NULL,
sobrenome varchar(255) NOT NULL,
nome varchar(255),
endereco varchar(255),
cidade int DEFAULT "Maceió",
data_cadastro date DEFAULT GETDATE()
);

Após a tabela criada, podemos fazer assim:

ALTER TABLE Pessoas
ALTER cidade SET DEFAULT "Maceió";

Para removermos esta chave estrangeira:

ALTER TABLE Pessoas
ALTER cidade DROP DEFAULT;

 

Por enquanto vamos parar por aqui, pois já é assunto demais. Mas irei continuar com outros comandos importantes em outra postagem. Abraços e não deixem de compartilhar com seus amigos nas redes sociais e assinar meu blog para ficar por dentro das atualizações constantes que eu venho fazendo ultimamente aqui.

Sou bacharel em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (Alagoas), especialista em Gestão Estratégica da Tecnologia da Informação pela Univ. Gama Filho (UGF) e pós-graduando em Gestão da Segurança da Informação pela Univ. do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Certificações que possuo: EC-Council CEH, CompTIA (Security+, CySA+ e Pentest+), EXIN (EHF e ISO 27001), MCSO, MCRM, ITIL v3. Tenho interesse por todas as áreas da informática, mas em especial em Gestão e Governança de TI, Segurança da Informação e Ethical Hacking.

24 Responses to “Introdução a Linguagem SQL: Comandos Básicos e Avançados – Parte 1”

  1. Aline disse:

    Que material bem explicado. Obgda e parabens!

  2. Ian disse:

    Excelente introdução, parabéns !!!

  3. Lucas Marcus Bittencourt disse:

    Muito bom, explicou exatamente da maneira que eu queria, rsrsr. Ótimo trabalho, parabéns!

  4. OLIVEIRA disse:

    Muito bom o trabalho, pratico e objetivo.

  5. nhala disse:

    Dei com sítio ao acaso, e gostei muito.

  6. naiane disse:

    Simplesmente amei!
    Tudo tao objetivo, parabéns!

  7. ORLANDO disse:

    Boa tarde.

    Diego, sou uma pessoa sem condições de pagar um bom curso de informatica no momento. sou um iniciante no access e na sql, se vc puder me informar onde posso encontrar via internet uma apostila “GRATIS” com exemplos bem didaticos dos dois cursos, pois ja vasculhei e só encontro exemplos não bem explicativos. Tenho muito interesse e vontade de crescer dentro da empresa, e com essas apostilas terei mais condições para isso.
    Obrigado, mesmo se não puder. sei que vc deve ser muito solicitado e com pouco tempo para atender a todos que te pedem sos.

  8. […] – http://www.diegomacedo.com.br/introducao-a-linguagem-sql-comandos-basicos-e-avancados-parte-1/ […]

  9. CARSON ADRIANO disse:

    Muito boa a explicação e fácil entendimento

  10. Aldeci Gomes disse:

    Muito bom seu artigo, porém se permite, objeto flutuante (lateral esquerda) está ficando sobre o texto dificultando a leitura.

  11. Elias angelo disse:

    Caro Diego, presto Tec.em redes e meu professor é ruim demais , cara estou com muita duvida em aplicar 1FN,2FN e 3FN, comecei agora e não consigo acompanhar o raciocínio do professor , fora que a maioria da classe não compreende, por favor tem como ensinar um jeito mais logico de aplica-las.

  12. Hernani de Jesus R.Pereira disse:

    Adorei a explicação,simples mas efícaz, estou utilizando tudo isso para estudar.Estou no 2º ano do curso de Engenharia de Sistemas e Informatica.Gostaria de ter informações sobre modelo EA e ER para SGBD,pois estou com muita dúvida…obrigado

  13. Está de parabéns pela forma clara e simples como ensina SQL, gostei e estou utilizando nas minhas aulas de banco de dados, gostei, continue assim, pois não sabe como está ajudando pessoas que se interessam pelo assunto, tenha uma ótima noite.

  14. Vinicius disse:

    Foi otima a sua explicação… parabens

  15. Caro Diego, não sou programador (de ofício), sou professor, formado em Física/UFG, mas tenho alguns softwares feitos em Delphi/Firebird que até me geram uma receita. Quando comecei a programar eu usava um banco de dados Access que se conecta facilmente ao Delphi, depois passei estudar o Firebird, agora então que a Enbarcadeiro criou o driver específico para a conexão com Firebird, estou achando lindo (rsrsrsr), mas tenho um amigo meu que tenta me convencer que o Postgres é muito superior ao Firebird. Você tem alguma opinião pra dar.

    • Diego Macêdo disse:

      Olha só, a escolha de um SGBD vai muito de acordo com o projeto e com o gosto pessoal do desenvolvedor. Como é um aplicativo simples (corrija-me se estiver errado), creio que qualquer um deles vá satisfazer as suas necessidades, desde que você saiba manipular bem todos os recursos para ter um melhor desempenho.

      Não querendo confundir a sua cabeça, mas já confundindo, já eu, prefiro o MySQL, pois sempre programei em PHP com ele. Na faculdade cheguei a ver o Oracle (para Administração de BD) e o Postgre (com Java). O Oracle no seu caso está fora de questão, por ser pago.

      Se o Firebird está satisfazendo suas necessidades, tudo bem. Pra que mudar?

  16. Esse post ajudou muito, a explicação ficou simples e clara, muito bom. Valeu, vou passar a acompanhar seus posts.

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