Antes de proibir teletrabalho verifique a VPN. Foi o que fez a CEO do Yahoo

Diante da polêmica decisão de proibir o trabalho remoto, a CEO do Yahoo, Marissa Mayer, apresentou os motivos de sua controversa e bastante fora de moda política: a decisão foi tomada após a executiva fazer algo quase inédito para um CEO nos EUA – ela verificou os registos na rede privada da empresa (VPN) para saber quem estava de fato trabalhando.

Em uma reunião recente com a sua equipe, Marissa Mayer revelou que os registos mostravam que alguns funcionários não estavam utilizando a VPN com frequência suficiente. O raciocínio foi simples e não técnico: se os funcionários não usavam a VPN, não podiam estar contribuindo para o crescimento da empresa.

Críticas
A decisão de acabar com o teletrabalho no Yahoo provocou uma tempestade de críticas à CEO, que foi acusada de levar a empresa de volta aos tempos digitais escuros , eliminando regimes de trabalho mais flexíveis. O moral dos funcionários vai despencar, o Yahoo vai perder pessoas-chave, e os esforços de Mayer para melhorar a colaboração vai sair pela culatra, foram algumas das previsões mais pessimistas.

Algumas métricas de trabalho são impossíveis de medir, e algumas métricas mensuráveis ??estão sujeitas a vieses. A única certeza é a de que  o sucesso do teletrabalho depende do indivíduo empregado, da empresa e do trabalho que precisa ser feito.

Em nota enviada ao jornal “New York Times”  a Yahoo argumenta que sua decisão “não é uma visão ampla da indústria sobre o trabalho de casa”, mas “sobre o que é certo para o Yahoo agora”.

Apelo à proximidade
O memorando interno que comunicou a decisão para os funcionários do Yahoo, datado de 22 de feveiro, era bastante claro nesse sentido.

“Para se tornar o melhor local absoluto para trabalhar, a comunicação e a colaboração serão importantes, por isso temos de trabalhar lado-a-lado”. (…)“É por isso que é fundamental que todos nós estejamos presentes nos nossos escritórios. (…) Precisamos ser um Yahoo!, e isso começa com estar fisicamente juntos”. (…) “Algumas das melhores decisões e ideias vêm das discussões no corredor e na cafetaria, conhecendo novas pessoas e reuniões de improviso da equipe”, afirma o texto assinado pela CEO.

As várias centenas de trabalhadores remotos da empresa foram orientados a trabalhar no escritório em tempo integral a partir de 1 de Junho.

A proibição foi uma peça brilhante de relações públicas interna para reforçar os “workaholics,” numa empresa com problemas ou um erro de RH cometido por uma confessa “mulher de números”?

Sem dúvida, Mayer é uma CEO que sabe que há mesmo essa coisa de registos de VPN, para não mencionar a forma de tirar conclusões a partir dos mesmos, e isso marca-a como uma CEO de um nível diferente, mais técnico.

O debate continua. Qual é a sua opinião?

Antes de proibir teletrabalho verifique a VPN. Foi o que fez a CEO do Yahoo – Gestão – CIO.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *